Dia Municipal da Consciência Negra é celebrado na CMU
A Câmara Municipal de Ubá e a Associação Cultural de Combate à Discriminação Racial Solano Trindade (AST) com apoio da Superintendência Regional de Ensino (SRE) e Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), realizaram no dia 18 de novembro, uma sessão solene cultural para celebrar o Dia Municipal da Consciência Negra.
O Dia Municipal da Consciência Negra, comemorado também a nível nacional no dia 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, reforça a busca por ampliação de políticas afirmativas, igualdade de oportunidades e respeito pelo passado e presente do povo negro.
A sessão solene foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Ubá, vereador José Roberto Reis Filgueiras, e contou com a presença dos vereadores: Edeir Pacheco da Costa (Vice-presidente); Aline Moreira Silva Melo (1ª secretária); Célio Lopes dos Santos e José Carlos Reis Pereira.
Além deles, prestigiaram o evento, o prefeito Municipal de Ubá, Edson Teixeira Filho; a coordenadora Geral da Associação Cultural de Combate à Discriminação Racial Solano Trindade (AST), Angela Teixeira de Paula; a superintendente Regional de Ensino em Ubá, Josiane Almeida Segheto; o 1º tenente Bombeiro Militar, Adriano Almeida; o conselheiro Subseccional da 30 ª Subseção da Ordem Dos Advogados do Brasil (OAB) de Ubá, André Luiz da Silva Gomes; o diretor da Universidade Estadual de Minas Gerais, polo Ubá, Marco Antônio Barroso e a coordenadora de Formação da AST, Maria Célia de Oliveira.
A solenidade deste ano prestou homenagens as seguintes personalidades: José Augusto David (Thuro David); José Braz da Costa; José Felício de Oliveira; Kelly da Silva; e Wagno da Rocha Antunes. E uma homenagem póstuma, ao jornalista Levindo Barros, representado no evento pela sua sobrinha, Roberta da Silva Barros.
A Sociedade Ubaense de Congados Nossa Senhora do Rosário, recepcionou os convidados na abertura da sessão solene.
O tema: “Desconstruindo o racismo: 10 anos de política de cotas” foi apresentado em palestra ministrada pelo africanista, ex-membro da Comissão de Ações Afirmativas da UFMG, e mestrando em Direito pela UFMG, Alexandre Braga.
Thuru David recitou a poesia: “Sou Negro” de Solano Trindade e apresentou o rap: “Lavagem Cerebral” do Gabriel O Pensador.
Durante o evento foi realizada também a entrega de medalhas e certificados aos vencedores do 6º concurso de redação, promovido pela Superintendência Regional de Ensino de Ubá com o tema: “Quais os caminhos levariam a sociedade organizada a combater o preconceito racial com maior eficiência?”.
A medalha de bronze do concurso de redação foi entregue ao aluno Isaac Fernandes Liquer, do 9º ano 5 do Ensino Fundamental da Escola Estadual Dr. Levindo Coelho. A medalha de prata foi entregue à aluna Yasmin de Souza Coelli Cassimiro, do 8º ano 2 do Ensino Fundamental da Escola Estadual Padre Joãozinho e a medalha de ouro foi entregue à aluna da Escola Estadual Doutor Levindo Coelho, Vitória Laura Reis Ferreira, autora da melhor redação de 2022 intitulada: “Preconceito Racial: Como combater esse problema”.
O concurso de redação foi realizado no período de 23 de agosto a 20 de outubro deste ano, entre estudantes matriculados nas escolas estaduais de Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano, e Ensino Médio Regular do município de Ubá e o Educação de Jovens e Adultos (EJA).
André Luiz da Silva Gomes saudou aos presentes em nome da Associação Cultural de Combate à Discriminação Racial Solano Trindade (AST) lembrando a importância da data para a comunidade negra.
O prefeito de Ubá, Edson Teixeira Filho, enalteceu a parceria de muitos anos entre a AST e o município na área da cultura e principalmente no trabalho com jovens, nas oficinas diversas que oferece em sua sede. Agradeceu a presença do Congado e a Banda 22 de Maio no evento e parabenizou os homenageados.
O presidente da Câmara de Ubá, vereador José Roberto Reis Filgueiras, falou em nome do Poder Legislativo Ubaense: “Esta sessão especial abre espaço para que temas como racismo, discriminação, luta por igualdade, inclusão e respeito à religião e cultura afro-brasileiras, sejam pautas de interesse público e social, sem que sejam vistos como discursos de vitimização da população negra. Nossa luta é permanente, e ainda hoje exige o sacrifício de muitos companheiros, que não buscam privilégios, nem favores, mas Sim, a conscientização das pessoas e o estabelecimento de políticas afirmativas que possam diminuir a imensa desigualdade causada por um erro histórico que subjugou a população negra. Somos fruto de uma cultura rica, festiva e plural”, destacou.
José Roberto ressaltou ainda que o Dia da Consciência Negra é, portanto, uma oportunidade de afirmar a importância dos negros para a formação da identidade cultural brasileira, e também de reafirmar a luta por direitos iguais e ações políticas públicas e comunitárias que permitam o alcance da cidadania plena. “Meus agradecimentos e meu aplauso, portanto, a todos os que lutam por esta causa, a todos os que fazem a diferença, a todos que sonham por uma sociedade fraterna e justa”, disse José Roberto.
O presidente cumprimentou os agraciados da noite e a jornalista Roberta Barros, que representou seu tio Levindo Barros, em homenagem póstuma. Agradeceu também a AST, a Superintendência Regional de Ensino de Ubá, a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG), pólo de Ubá, ao Poder Legislativo Municipal e aos servidores pela realização do evento.
A LEI
Esta homenagem originou-se do Projeto de Lei nº 37, de 1997, de autoria do vereador à época Fernando Antônio Fagundes Reis, juntamente com o vereador Paulo Cézar Raymundo, sancionado pelo então Prefeito Narciso Paulo Michelli, que o transformou na Lei Municipal nº 2.736, de 2 de julho daquele ano. Em 2019, o vereador José Roberto Reis Filgueiras apresentou uma alteração nesta lei passando o nome de Dia Municipal da Consciência Racial para Dia Municipal da Consciência Negra. O intuito da lei é deixar registrada, como data cívica em nosso Município, o dia dedicado ao herói Zumbi dos Palmares e, assim, ressaltar a importância da difusão dos movimentos sociais populares, em especial os vinculados aos trabalhos da conscientização racial.