CMU realiza solenidade de entrega da Medalha Fernando da Mota
A Câmara Municipal de Ubá realizou, pela segunda vez, em 21 de março de 2024, a solenidade de entrega da Medalha Fernando da Mota. A sessão ocorreu no plenário Vereador Lincoln Rodrigues Costa. A homenagem foi instituída com a modernização do Regimento Interno da Câmara Municipal de Ubá em 2022, está prevista no artigo 165, parágrafos 1º e 2º, é indicada pela maioria absoluta dos Vereadores é concedida uma única vez ao ano, na última sexta-feira do mês de março. A pessoa que recebe a Medalha Fernando da Mota, é escolhida pelos relevantes serviços prestados em prol das pessoas com deficiência no município de Ubá. Este ano, o agraciado foi Francisco Eustáquio Arthidoro da Costa.
A sessão solene foi conduzida pelo presidente da Câmara Municipal de Ubá, vereador José Roberto Reis Filgueiras. Também integraram a mesa, o vice-presidente da CMU, vereador Edeir Pacheco da Costa; o segundo vice-presidente da Câmara Municipal de Ubá, vereador Gilson Fazolla Filgueiras e o vereador Célio Lopes dos Santos. Também compuseram a mesa a secretária Municipal de Administração, senhora Mônica Vallone Espósito Marchi, representando o prefeito de Ubá, Dr. Edson Teixeira Filho; o 1º Tenente BM Alexandre Lima Fagundes, representando o comandante da 2ª Companhia de Bombeiros Militar de Ubá, capitão BM Carlos Eduardo Guilarducci Fonseca; a presidente da Apae de Ubá, Rosane Soldati da Cruz; o presidente da 30ª Subseção da Ordem Dos Advogados do Brasil (OAB) de Ubá, Dr. Miguel Pogialli Gasparoni; o membro da diretoria da Aciuba, Senhor Elias Ricardo Coelho, representando o presidente da Associação Comercial e Industrial de Ubá, Sr. Silber da Silva Silveira e a administradora do Hospital Santa Isabel que também presidiu a Câmara por quatro de seus mandatos como vereadora, Rosângela Maria Alfenas de Andrade.
O evento contou, ainda, com a apresentação do Hino Nacional, Hino do Município e a música Aquarela do Brasil, executados pelo maestro Wantuil Alexandre e pela musicista Tatiane Andrade. Na solenidade tiveram também duas apresentações dos alunos da Apae de Ubá, sendo coordenados pela educadora Juliana Aparecida Firmino, para a apresentação da música: Jeitinho Down e coordenados pelo Educador Robson Luís Silva Souza, para uma apresentação de Capoeira, com a música: Ê Meu Canavieiro, que emocionaram os presentes.
O HOMENAGEADO
Francisco Eustáquio Arthidoro da Costa nasceu no município de Tocantins, aos 04 de agosto de 1949, filho de Edith Teixeira Costa e do renomado mestre da Língua Portuguesa, Francisco Arthidoro da Costa (Professor Chiquinho).
Em 1964, ainda morando em Tocantins, trabalhou na Secretaria do Ginásio São José, ao lado de seu saudoso pai Professor. Mudou-se para Ubá em 1965 e aqui, desde então, sempre residiu. Casou-se aos 12 de maio de 1973 com Joana D’arc Carneiro Zaneli Arthidoro, com quem teve as filhas Juliana Zaneli Arthidoro e Patrícia Zaneli Arthidoro, sendo avô coruja de Nathan, Dalila, Nyce e Maria. É também pai afetivo de Geraldo Reis dos Santos, o Zizi.
Fez o curso primário e iniciou o primeiro grau em sua cidade natal, nas Escolas Capitão Antônio Pinto Miranda e Ginásio São José, concluindo em 1956 no Colégio Estadual Raul Soares, de Ubá. Seguiu o segundo grau na Escola Estadual Senador Levindo Coelho e, mais recentemente, o curso superior em Direito, na UNIPAC de Ubá, sendo advogado inscrito na 30ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil, desde 2014.
“Chiquito Arthidoro”, como é carinhosamente conhecido na comunidade ubaense, começou cedo no trabalho. Aos 15 anos, foi admitido como Auxiliar de Secretaria no Ginásio São José de Tocantins e, com a mudança da família para Ubá, exerceu a mesma função no Ginásio Dom Bosco, até 1969, a primeira escola a oferecer o curso noturno em Ubá. Esse era um trabalho voluntário, não remunerado.
De 1969 a 1974, foi admitido como Secretário do Ginásio Dom Bosco e, concomitantemente, exercia a função de Auxiliar de Secretaria do Colégio Estadual Raul Soares, de onde saiu para ser Secretário da Escola Técnica de Comércio de Ubá, função na qual permaneceu por 25 anos, até 1983.
Em 1971, ainda como funcionário do Colégio Raul Soares e Escola Técnica de Comércio, passou a trabalhar também como Escrevente do Cartório de Protestos de Ubá, onde permaneceu por 40 anos, até se aposentar, chegando à função de Tabelião, que exerceu de 2006 a 2009.
Além de suas atividades profissionais, Chiquito sempre teve intensa participação na vida social, esportiva e assistencial de Ubá, dentre as quais destacamos: atleta, presidente da Associação Atlética Bandeirantes; Diretor do Ubá Tênis Clube e do Tabajara Esporte Clube; Presidente da Comissão Coordenadora de Assistência ao Condenado e Família; Presidente do Lions Clube de Ubá (função na qual recebeu a Comenda Melvin Jones, pelo projeto Lions Internacional, que arrecadou fundos para a implantação da UTI Neonatal do Hospital Santa Isabel); foi membro do Conselho Municipal de Saúde de Ubá; do Conselho Municipal do Meio Ambiente e membro dos Conselhos da Irmandade de Nossa Senhora da Saúde e da Associação Beneficente Católica, entidades mantenedoras dos Hospitais São Vicente de Paulo e Santa Isabel, sendo por muitos anos membro da Diretoria do Hospital Santa Isabel. E, por fim, durante muitos anos, membro do Conselho Deliberativo da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE – de Ubá, de 1980 até os dias atuais, fazendo parte da Diretoria da instituição de 2002 a 2017, sendo seu presidente no período de 2017 a 2019, e hoje integra o Conselho Consultivo da Apae de Ubá. Além do trabalho voluntário nas instituições filantrópicas mencionadas, Chiquito Arthidoro sempre foi atuante no movimento cristão ligado à Igreja Católica em Ubá, onde, ao lado de sua esposa, participou como dirigente de diversos Encontros de Casais com Cristo, Movimento da Amizade Cristã, Encontro de Jovens com Cristo, Encontro com Cristo e Cursilho de Cristandade Cristã. Junto com outros casais, trouxe para Ubá o Encontro de Adolescentes com Cristo. Chiquito faz parte do Movimento de Cursilho há 47 anos.
Reconhecendo o seu devotamento e amor às causas cívicas e sociais de nossa Terra, os Poderes Legislativo e Executivo lhe outorgaram, em 26 de agosto de 2000, o título de Cidadão Honorário de Ubá, que apenas veio oficializar um sentimento natural de Chiquito, que há muito já se considerava um ubaense, não obstante seu eterno amor e laços sólidos com sua Tocantins natal. E em 13 de dezembro de 2018 recebeu o Título de Personalidade Ubaense do Ano.
Francisco Eustáquio Arthidoro da Costa é dessas pessoas das quais é muito fácil se aproximar, dado o seu carisma natural e humildade. E, uma vez em sua presença, impossível não desejar se manter ao abrigo de sua amizade e de sua bondade. Que o digam os simples de coração — as eternas crianças da APAE de Ubá, às quais Chiquito tem devotado muitos e muitos anos de sua vida. A escolha de seu nome para receber a Medalha Fernando da Mota é um ato de justiça e, mais ainda, de reconhecimento ao seu abnegado e obstinado trabalho em favor do próximo.
DISCURSOS
Emocionado, Chiquito Arthidoro fez o seu discurso de agradecimento: “Com o misto de alegria e honra, compareço perante os representantes do povo ubaense, nesta noite, quando a Câmara Municipal de Ubá me outorga um prêmio acima dos meus atributos e além das minhas aspirações, a medalha Fernando da Mota. Fernando da Mota foi um grande ubaense, importado da cidade de Tocantins, de onde também tem origem minha família e onde, afinal, eu também nasci. Se transferiu para Ubá e aqui fez-se empresário, criou sua família e desenvolveu importante trabalho social. Somos, então, triplamente conterrâneos: somos tocantinenses de nascimento e ubaenses de coração e vocação. Eu disse triplamente, porque somos também, com muito orgulho e alegria APAEANOS.
Chiquito agradeceu a escolha do seu nome para receber a honraria. “Uma medalha ostentando o nome do Fernando, me envaidece o coração, aumenta o meu compromisso e constitui um incentivo para continuar trabalhando pela qualidade de vida das pessoas com deficiência e poder também retribuir um pouco a esta cidade carinho que tão bem me acolheu. Sou cidadão ubaense, graças à vereadora Rosangela Alfenas, que por sua iniciativa recebi o título de cidadão ubaense em 2018 e o título de Personalidade do Ano. E agora a Medalha Fernando da Mota, que aumentam ainda mais minha responsabilidade
O homenageado agradeceu também a Apae por pertencer a sua história e à sua família. “Minha gratidão profunda é dirigida à minha família, minha esposa Date, meus filhos Juliana, Patrícia, Geraldo, meus netos Nyce, Nathan, Dalila, Maria minha princesa, meu genro Gustavo. Vocês são a fonte do meu apoio e inspiração. Sem o carinho e suporte que vocês me proporcionam, eu não teria alcançado o que alcancei hoje. Agradeço em especial ao meu querido pai, professor Chiquinho, meu suporte. Minha Luz. Com ele comecei a conviver na Apae. Pena que não está aqui fisicamente presente. Agradeço aos meus irmãos, Péricles, Thomires, Cliseida, Tarcísio, Vitor, Milton e Ângelo. Agradeço aos meus primos, parentes, autoridades e amigos que me prestigiam nesta noite”, pontuou Chiquito Arthidoro.
Mônica Vallone justificou a ausência do prefeito municipal de Ubá na solenidade e parabenizou a Câmara Municipal pela criação desta importante honraria, que reconhece àqueles que fazem da sua vida uma missão pela inclusão das pessoas com deficiência. “Reconheço que nossa sociedade avançou muito neste tema, mas pode ir ainda mais longe. Precisamos afastar o fantasma do "capacitismo", uma das principais formas de preconceito que impede a plena cidadania das pessoas com deficiência. E o trabalho de pessoas como o homenageado desta noite, Sr. Francisco Eustáquio Arthidoro da Costa, o "Chiquito", representa o que temos de melhor a oferecer: A educação inclusiva, a inserção no mercado de trabalho, o incentivo ao esporte, à cultura e tudo mais que atue para ampliar horizontes de todas as pessoas, sem distinção”, declarou Mônica.
O presidente da Câmara, vereador José Roberto Reis Filgueiras, em seu discurso destacou a importância da homenagem que leva o nome de Fernando da Mota e a escolha do nome do nome do Francisco Arthidoro para receber a homenagem de 2024. “Chiquito se tornou um pilar fundamental para a instituição. Sua atuação nas mais diversas áreas é fundamental para o desenvolvimento e o sucesso de diversos projetos e ações que beneficiaram centenas de pessoas com deficiência e suas famílias. Sua empatia e sensibilidade sempre inspiram a todos que o cercam. O senhor Chiquito é um verdadeiro exemplo de como a ação voluntária pode transformar vidas, sempre atuante em vários setores da sociedade”, ressaltou o presidente.
José Roberto destacou também: “Para além de sua atuação na APAE, Chiquito é um homem de fé e convicções. Sua religiosidade o guia em suas ações e o motiva a ajudar o próximo. Por isto, nesta noite, em reconhecimento aos seus méritos e à sua valiosa contribuição para a APAE e para Ubá, a Câmara Municipal lhe confere a Medalha Fernanda Mota. Que sua história continue a inspirar outras pessoas a se unirem à causa Apaeana e a se tornarem agentes de transformação social”, ressaltou.
QUEM FOI FERNANDO DA MOTA
O saudoso Fernando da Mota nasceu em 12 de junho de 1935 e a data de seu falecimento é 09 de agosto de 2004. Seus pais eram Maria Fernandes Gonçalves e Cristiano da Mota Júnior. Fernando da Mota casou-se em 18 de maio de 1963, com Ignêz Cataldo da Mota, com quem teve os filhos: Fernando da Mota Júnior e Enrico Cataldo da Mota já falecidos e Sandro Cataldo Mota. Mudou-se de Tocantins no ano 1948 para a cidade de Ubá com a finalidade de estudar no Ginásio São José e posteriormente no Colégio Estadual Raul Soares.
Foi Presidente do Tabajara Esporte Clube no período: julho de 1970 a julho de 1972. Fundou junto com o Sr. José Champagnat Lopes Vieira, a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE de Ubá) em 02 de março de 1972. O senhor Fernando da Mota presidiu a Apae por 24 anos, no período de 1980 a 2004.
Foi também Delegado Regional das APAEs da Zona da Mata – Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais no período: 1983 a 1995. Membro do Conselho Fiscal da Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais no período de 1997 a 1999. Vice-Presidente da Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais por três mandatos: de 1999 a 2001, de 2001 a 2003 e de 2003 a 2004. Presidente em exercício da Federação das APAEs do Estado de Minas Gerais de maio de 2002 a 11 de novembro de 2002. E Presidente do Conselho Municipal de Assistência Social de Ubá em 2001. Incentivou e orientou na fundação das APAEs de: Ponte Nova, Viçosa, Leopoldina, Senador Firmino, Dores do Turvo, Visconde do Rio Branco, Tocantins, Piraúba, Mercês, Rio Pomba, Carandaí, Mirai, Teixeiras, Abre Campo, Cristina, Ilicínea, Miradouro, e da reativação de Diamantina.
A inauguração da APAE Rural/Ubá – Centro Profissionalizante Boa Esperança em 1997, foi a grande realização de um sonho, pois, o senhor Fernando da Mota preocupava-se com o futuro e amparo dos portadores de deficiência após os 16 anos de idade, os quais o governo não ampara. Existindo nesta propriedade toda a estrutura terapêutica, pedagógica, ocupacional e profissionalizante. Outro grande sonho do Fernando da Mota também foi realizado na área da assistência social, especialmente das APAEs: a fundação da APAE de Tocantins (sua terra natal) em novembro de 2001. A Apae tem a missão de promover a melhoria da qualidade de vida da pessoa com deficiência intelectual e múltipla, em todo seu ciclo de vida, por meio da prestação de serviços na área da saúde, educação e assistência social, com qualidade e eficiência. A Apae de Ubá completou em março de 2023, 51 anos de existência.
Acompanhe a sessão solene no canal do Youtube da Câmara Municipal de Ubá.