“Nossa Cidade Sem Barreiras” é tema de palestra na CMU
De acordo com o artigo 5° da Constituição Federal, todo brasileiro tem direito de ir e vir. Ou seja, existe uma fiança legal que dá ao cidadão o poder de transitar facilmente e chegar a qualquer lugar. Mas, considerando que o Brasil possui cerca de 45,6 milhões de pessoas com algum tipo deficiência, será que esse direito tem sido garantido?
E foi justamente para debater sobre as questões que envolvem a mobilidade e a acessibilidade, que a Câmara Municipal de Ubá, por meio da Escola do Legislativo, recebeu, na última quinta-feira (03/08), a arquiteta e urbanista Yaçana Lima. Durante a palestra “Nossa Cidade Sem Barreiras: como promover a acessibilidade por meio da arquitetura e do urbanismo”, a profissional abordou tópicos como a mobilidade reduzida e a deficiência na cidade; a importância da NBR 9050 da ABNT que rege as questões de acessibilidade; e trouxe exemplos de soluções implantadas em diversas cidades, além do conceito do Design Universal, que está diretamente relacionado ao significado de sociedade inclusiva.
Participaram da palestra os vereadores Edeir Pacheco (diretor da Escola do Legislativo da CMU), Darci Pires da Silva, Gilson Filgueiras Fazolla, Jane Lacerda, José Roberto Filgueiras e Luis Carlos Teixeira Ribeiro. Presentes também o vereador Regis, da cidade de Visconde do Rio Branco; o diretor da Superintendência Regional de Ensino de Ubá, Samuel Gazolla Lima; representantes da Câmara da Melhor Idade de Ubá; servidores da CMU e representantes da comunidade ubaense.
A acessibilidade e a mobilidade em destaque
De acordo com o diretor da Escola do Legislativo, vereador Edeir Pacheco, a grande motivação para a realização da palestra foi poder contar com uma profissional que ajudasse a esclarecer pontos sobre a acessibilidade e mobilidade, uma vez que esses assuntos estão sempre em discussão na Casa. Ele explicou ainda que proposta do evento vai ao encontro da preparação para a votação do novo Plano Diretor de Ubá, que deverá acontecer até o final desse ano: “É claro que nós temos que pensar na cidade do presente, mas é urgente também pensarmos em como a nossa cidade estará no futuro. Convidamos a Yaçana para que ela nos orientasse sobre o que podemos fazer e de que forma podemos trabalhar para que o Plano Diretor seja bem feito, atendendo a cidade como um todo”, esclareceu o vereador.
Vale destacar que o Plano Diretor é um instrumento de desenvolvimento da cidade que ajuda a orientar o poder público e a iniciativa privada, tanto para a construção de espaços urbanos e rurais, quanto de assegurar melhores condições de vida para a população.
Olhares voltados para a acessibilidade
Para a integrante do projeto Câmara da Melhor Idade, Zuleica Evangelista de Andrade, a CMU foi muito feliz na escolha do tema e reforçou a importância da participação popular nesse tipo de debate: “A Câmara está de parabéns pela iniciativa. Penso que o plenário deveria estar lotado, pois a população precisa participar mais dessas discussões, pois tais questões fazem parte do nosso dia a dia”.
Quem também aprovou a iniciativa foi o diretor da Superintendência Regional de Ensino de Ubá, professor Samuel Gazolla Lima: “Momentos como esse que a Câmara nos proporcionou são muito importantes, pois nos faz pensar no nosso cotidiano e em qual o modelo de cidade que queremos. É preciso valorizar e parabenizar quando nos é dada essa oportunidade de discutir temas tão relevantes, como é o caso da acessibilidade e da mobilidade”, enfatizou Samuel Gazolla Lima.
Representando o TEAmo, grupo formado para dar apoio aos autistas e seus familiares, a jornalista e servidora da Câmara Gisele Caires destacou a pertinência do tema abordado sugerindo que o debate seja estendido abarcando também as pessoas com deficiência intelectual, uma vez que, como colocado pela jornalista, é muito comum tratar de acessibilidade pensando apenas nas barreiras arquitetônicas: “De uma forma geral, a palestra abordou e trabalhou muito bem as questões que envolvem a acessibilidade e isso vai ajudar abrir a cabeça das pessoas para o assunto, mas é preciso que as mudanças e adaptações se estendam também a quem tem alguma deficiência intelectual”, completou.
A palestrante: vencendo barreiras
Depois de muito estudo, viagens e pesquisas, para a palestrante, que tem mobilidade reduzida, o momento também foi de grande alegria e realização. “Essa é uma porta aberta para uma causa em que eu acredito muito, que é a sociedade inclusiva. É uma realização muito grande poder falar sobre esse assunto aqui na Câmara e mostrar que existem pessoas que estão pensando e trabalhando nesse sentido. E assim como eu fui atrás daquilo em que eu acredito, espero que outras pessoas também se mobilizem, para que juntos possamos encontrar alternativas que, de fato, ajudem a melhorar a qualidade de vida de todos”, finalizou Yaçana Lima.
Ao final da palestra, os participantes tiveram a oportunidade de opinar, esclarecer dúvidas e sugerir aquelas mudanças que eles acreditam ser fundamentais para a garantia da acessibilidade em Ubá.
Por Rafaela Namorato - Assessoria da CMU
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